Diagnostico precoce e tratamento da gengivite ulcerativa necrosante em paciente soropositivo: relato de caso

A gengivite ulcerativa necrosante (GUN) é uma doença periodontal necrosante que acomete a região interproximal dos tecidos gengivais, caracterizada por papilas interdentais ulceradas e recobertas por uma pseudomembrana branco-amarelada necrótica. O diagnóstico é determinado por meio de dor intensa com início rápido, sangramento gengival, e presença de ulceração e necrose das papilas interdentais. Possui outros sintomas como halitose, sialorreia (hiperssalivação) e gosto metálico devido ao ferro presente no sangramento gengival. Existem diferentes formas de diagnosticar o vírus HIV+ , seja por meio de infecções oportunistas, como a GUN ou através de exames complementares, como o teste ELISA. O HIV é caracterizado pela depleção das células T CD4+ o que facilita a entrada de microrganismos. O paciente soropositivo infectado pela GUN deve primeiro iniciar o tratamento do vírus HIV+ com a Terapia Antirretroviral Altamente Ativa (HAART) para depois prosseguir com o tratamento da GUN. O estudo é através de um relato de caso, juntamente com exames laboratoriais do paciente. Sua elaboração é através de uma pesquisa qualitativa e exploratória, bem como uma análise de artigos atuais encontrados na Scielo, Elsevier, Sobrape, Pubmed, além de literaturas específicas com relação ao tema. Ambos foram buscados do período de 1999 a 2018. O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) do paciente foi encaminhado ao comitê de ética para espera de aprovação e posterior publicação em revista. Relato do paciente A. D. P., sexo masculino, 30 anos, leucoderma, apresentou-se na Fasiclin com dor intensa na região das papilas interproximais dos dentes anteriores e clinicamente manifestação periodontal de doenças e condições sistêmicas, pseudomembrana branco-amarelada nas papilas interdentais e hálito fétido. Foi prescrito gluconato de clorexidina 0,12%, bochechar 2x ao dia por 1 minuto + metronidazol 250 mg e amoxicilina 500 mg, 8/8 h, por 7 dias para melhora do quadro infeccioso. A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e as manifestações orais têm uma relação importante entre si para a determinação do diagnóstico precoce do HIV+ . Isso pôde ser comprovado por meio do relato de caso, onde o sinal primário da GUN auxiliou na determinação de um pedido de teste ELISA que posteriormente confirmou a virologia positiva do paciente. Através disso o paciente iniciou o tratamento antirretroviral ativo e obteve sucesso no quadro infeccioso, onde as lesões periodontais regrediram totalmente sem deixar sequelas. Além disso, o paciente adquiriu sorologia negativa após o tratamento ter sido iniciado, isso se deu por meio de uma cura funcional, quando o paciente ainda está em fase de latência do vírus.
Células T4, Doença periodontal, HIV