Aplicações da biologia molecular forense na perícia criminal: uma visão biomédica

Abstract

A Biologia Molecular Forense consolidou-se como um campo essencial na investigação criminal, impulsionada pela descoberta da estrutura do DNA em 1953. Este trabalho, desenvolvido por meio de uma revisão de literatura descritiva e qualitativa, tem como objetivo explorar a atuação do biomédico nesse contexto, destacando as principais técnicas e inovações que vêm moldando e aprimorando essa área de conhecimento. O estudo aborda a estrutura do DNA (nuclear e mitocondrial), a importância das amostras biológicas como cabelo, músculo, sêmen, saliva, sangue, ossos, dentes, pele e material subungueal e a relevância dos bancos de perfis genéticos, como o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), no Brasil. São detalhadas as técnicas moleculares essenciais, incluindo a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), a análise de Repetições em Tandem Curtas (STRs) e o Southern Blotting. A pesquisa também discute as aplicações práticas da biologia molecular forense em casos criminais reais e desastres em massa, tanto em âmbito nacional quanto internacional, além de analisar os desafios enfrentados, como a degradação do DNA, a contaminação e a obtenção de amostras mínimas. Por fim, o trabalho ressalta as contribuições indispensáveis do biomédico na perícia criminal, a importância das normas e protocolos para a confiabilidade das análises, e compara o cenário brasileiro com sistemas forenses internacionais, como o CODIS. Conclui-se que o biomédico, com sua formação especializada, desempenha um papel central na elucidação de crimes e na garantia da justiça, sendo fundamental para o avanço contínuo da ciência forense.